Baixar e-books de graça

18:16 Unknown 6 Comments

Agora que possuo um Kindle, andei procurando alternativas de graça para encontrar e-books que me interessam na internet. No começo achei um pouco complicado, porque não achava muita coisa em MOBI e EPUB. Depois de um tempo achei dois sites simplesmente incríveis para baixar livros em formato Mobi, Epub, Pdf e Online. Então, aproveite os sites abaixo e baixe e-books de forma legal e totalmente gratuita. Viaje pelo mundo das palavras com apenas um clique! 

Le Livros - esse site para mim é o mais completo por enquanto. Lá você pode achar a maioria dos livros do momento, best-sellers e literatura internacional. Esse é o que mais uso, porque tem uma funcionalidade muito bacana que é "Apenas um clique, algo assim, rsrs. Isso funciona da seguinte maneira: você clica no livro escolhido e depois que abrir a pagina, somente tem que clicar no formato que quiser e ele baixa na hora, sem abrir paginas de publicidade, etc. 

Leitura Fácil - esse site também é ótimo. Possui alguns títulos que não encontro no LeLivros, e funcionam perfeitamente. Possui inúmeros títulos, incluindo vários clássicos. Caixa de Pássaros de Josh Malerman, em Mobi, achei apenas neste site! E outro que neste site o formato estava melhor também, foi O Herói Perdido de Rick Riordan. Porém, como nem tudo são flores, o único formato disponível é Epub. Mas isso não é problema, porque com o programa Calibre para computador, é facílimo converter Epub para Mobi, e o melhor, dá para ler perfeitamente.  

Bom pessoal, por hoje é só! E vocês, quais sites usam para baixar e-books? Por enquanto conheço apenas estes dois, mas não posso reclamar, porque possuem tudo que eu quero!



 

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Resenha: Caixa de Pássaros - Josh Malerman

17:04 Unknown 24 Comments


Em Caixa de Pássaros o mundo virou um caos. Malorie acaba de descobrir uma gravidez inesperada e divide isso com sua irmã Shannon. Elas moram juntas e além de ter que lidar com esta nova “realidade” de ser mãe solteira, Malorie não entende o motivo de tanto desespero de Shannon. Descobrimos que o que atormenta Shannon são recentes acontecimentos; tudo começou com notícias macabras vindas de diversas partes do mundo. Pessoas que de uma hora para outra perderam o controle, mataram quem estava por perto e se suicidaram.

Malorie acredita cegamente que esta onde de suicídios seja coincidência e que não seria nada de mais. Até que de um jeito trágico, é forçada a acreditar que coisas ruins estão realmente acontecendo e de forma cada vez mais intensa. Uma noticia que é contada na tv é a de uma mãe que enterra seus filhos vivos no jardim de casa e depois se mata com pedaços de vidro de pratos quebrados; cruel, não é? Assim, surgiram rumores de que as mortes estariam ligadas a algo que as vítimas viram antes de enlouquecer. Para evitar o contágio, as pessoas passaram então a se trancar dentro de suas casas e não abrir os olhos fora de locais fechados e sem janelas. Diziam ser criaturas, mas que criaturas? Como alguém poderia saber se ao olhar para elas você se suicida? O medo se instalou na sociedade e sair de olhos fechados é a única solução.

Malorie então segue seus instintos e procura ajuda em uma casa que anunciava abrigo no jornal. Lá ela encontra mais seis pessoas e a partir dai tudo passa a se desenvolver de forma cada vez mais assustadora. Viver com as janelas tapadas com cobertores, as portas sempre trancadas e os olhos fechados ao sair de casa, essa é a nova vida deste mundo agora devastado por algo desconhecido. Será que Malorie e os outros conseguirão ficar de olhos bem fechados, até quando a vontade de abri-los é maior? Será que as criaturas desconhecidas são mesmo os mais cruéis seres?

"Não abra seus olhos."
Essa é a premissa de Caixa de Pássaros, um livro de estreia de Josh Malerman, uma estória que usa e abusa a cada pagina de um imenso terror psicológico. Acredito que assim como mostrado na estória, o medo do desconhecido é ainda pior do que algo que conhecemos, do que podemos ver. Lidar com algo que nem ao menos podemos ver é o pior dos medos. O medo é o principal sentimento e vence-lo, mesmo de olhos fechados, é o objetivo de cada um. Os personagens se veem obrigados a deixar de lado um dos nossos principais sentidos, a visão. É legal ver como Malorie muda ao longo do livro. No começo, de incrédula e medrosa chega ao final sendo uma mulher corajosa e que fará a pior coisa para proteger seus filhos: abrir os olhos. 

É interessante ver como perto desta estória, um apocalipse zumbi parece “melhor”. Pelo menos sabemos como nos defender, sabemos o que fazer, pois conhecemos e vemos. O desconhecido não; me fez pensar muito em mim quando criança: no escuro qualquer detalhe se torna uma monstruosidade e o mínimo barulho que for nos deixa alerta ao extremo. O livro é cercado de suspense e tensão e a todo momento é preciso estar atento. Um ponto que também quero destacar é, que sempre nestas estórias onde há alguma coisa terrível como criaturas, bichos, monstros, o próprio ser humano pode se tornar ainda mais cruel. É triste ver isso, que em meio a completa destruição, entre os poucos sobreviventes, há maldade humana. Uma maldade que muitas vezes supera as próprias criaturas. A mente humana é imprevisível assim como o desconhecido. O homem é seu próprio algoz.

A narrativa é toda em terceira pessoa, o que na minha opinião foi perfeito. Esse clima de tensão ao descobrir cada coisa, ao saber o que esta acontecendo e o personagem não, nos faz “entrar” na estória. É como se eu estivesse lá, querendo avisar para eles o que fazer! Confesso que algumas partes são agoniantes, porém não me deu medo. Como já disse algumas vezes, medo é relativo, ou seja, varia de pessoa para pessoa. Não senti medo, porém senti um estado de rigidez inacreditável.

Josh Malerman acertou em cheio ao intercalar o passado com o presente. Uma ideia que já vi em alguns livros, mas sempre de forma muito mal feita, o que deixava minha leitura confusa e entediante. Ele começa com o presente e depois passa, em capítulos alternativos, a relatar toda a trajetória de Malorie até aquele momento. Esse “modo” como foi escrito deixa a leitura ainda mais dinâmica. Assim como escrito na capa, o livro deve ser lido de uma só vez. Não foi o que fiz, porém, minha cabeça não pensava em outra coisa.

Uma coisa que pensei bastante é sobre esse fato de “não poder ver”. Não enxergar é a realidade de uma minoria no mundo e para pessoas cegas a vida não ficaria muito diferente neste mundo apocalíptico. Se a pessoa já estava acostumada a viver no escuro com o mundo normal, como seria com esse cenário terrível, no qual a condição delas é a mais apropriada?
Capa em português/ Capa em inglês(original)
O leitor ira sentir junto com Malorie, toda a preocupação e medo de estar em meio ao caos; é completamente alucinante a forma como o livro é narrado. Recomendo principalmente para quem gosta de estórias apocalípticas e com um imenso suspense. Eu realmente desejo muito um filme sobre está estória; o enredo é digno de uma grande filmagem cinematográfica ou quem sabe, até um seriado.

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Como ler em inglês - Book's Challenge

17:46 Unknown 6 Comments


Pessoal, como vão? Espero que bem! Bom, hoje não vim trazer resenha e nem nada do tipo. Vim trazer uma nova coluna para o blog! Uma coluna super legal, que eu só estava esperando chegar uma encomenda para pode cria-lá. Nesta coluna vou falar sobre livro em inglês! Finalmente chegou meu box Hogwarts Library que tem os livros: The Tales of Beedle the Bard; Fantastic Beasts & Where to Find Them e Quidditch Through the Ages.


      Faz quase um mês que eu comprei e por ser importado demorou mais para chegar. Para quem não sabe, estes livros acima fazem parte dos livros lidos pelos alunos de Hogwarts durante os sete livros. Traduzindo os títulos são: Os Contos do Beedle o Bardo; Animais Fantásticos & Onde Habitam e Quadribol Através dos Seculos. Inclusive o novo filme sobre o universo magico de Rowling, é inspirado no livro Animais Fantásticos & Onde Habitam(inclusive parece que o filme já começou a ser filmado, uhul!). 
       Então gente, o que quero falar é que vou começar a ler em inglês! Seja para aprender inglês, aperfeiçoar ou ficar fluente, ler em inglês imagino que já passou na cabeça de muita gente! Bom, pelo menos da minha cabeça essa vontade não sai! Resolvi criar coragem e começar, por isso comprei estes livros. Vou tentar iniciar com The Tales of Beedle The Bard, que é mais curtinho e parece ser legal também. Esta coluna sobre leitura em inglês vai se chamar Book's Challenge (O Desafio do Livro), e quem quiser saber como anda meu progresso, saber quais livros vou querer ler, só clicar ali em cima na nova aba!


Pensando nessa vontade de aprender a ler em inglês, resolvi colocar algumas dicas aqui embaixo, dicas que tambem colocarei em pratica para mim nesta nova "aventura"! 

1. Leia as primeiras páginas do livro antes de comprar. Procure na internet o livro em inglês em pdf, epub, online.. Leia as primeiras páginas para não se arrepender; se a leitura conseguir se desenrolar tranquilamente ou você perceber que vai se desenrolar, compre. Foi assim que comprei estes ai em cima!

2. Tente começar por algum livro que você já leu em português. Tudo fica mais fácil quando já se conhece a estória. Você já tem uma noção do que vai acontecer e pode tentar deduzir o significado das palavras antes de correr para o dicionario. 

3. Não fique procurando o significado de cada palavra desconhecida. Antes de tudo, como disse acima, tente entender pelo contexto. Na maioria das vezes com um esforcinho dá para entender, mas se não conseguir não se desespere, anote a palavra e sua tradução.

4. Tente estabelecer uma meta. Por exemplo: leia um capitulo por dia. Mas não crie metas que te façam ficar nervoso(a) ou se sentindo pressionado. Faça no seu tempo, tentando ter uma periodicidade boa, porém no seu tempo, sempre.

5. Comece agora! Não espere para pegar um livro em inglês e encarar de frente! Nenhum de nós nascemos sabendo ler português, não é? Se aprendemos a ler tão bem, também podemos aprender inglês!

Bom pessoal, é isso! Espero que gostem e logo logo postarei a primeira resenha de um livro em inglês!


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Resenha: Asylum - Madeleine Roux

14:26 Unknown 2 Comments


      Conhecemos logo de cara Daniel Crawford, um garoto de 16 anos que cursa o ensino médio e está indo fazer um curso de cinco semanas em New Hampshire College Prep. Para ele essas semanas serão mais do que apenas um curso – serão uma oportunidade para fazer novos amigos e estudar com pessoas diferentes.
      Porem quando ele chega no programa, Dan descobre que o colégio que vai estudar foi no século passado um antigo manicômio que usava métodos terríveis. E era um sanatório para os piores casos de “loucos”; a maioria dos antigos pacientes eram criminosos perigosos. Dan passa a dividir um quarto com Felix, seu mais novo colega de quarto. Mas com quem Dan realmente faz amizade é com uma menina muito bonita chamada Abby e com Jordan.
      Dan ao saber sobre uma área “restrita” do colégio, onde ainda tinha coisas do antigo manicômio, fica com uma inexplicável vontade de descobrir mais sobre aquele local. Então, ele, Abby e Jordan começam a explorar esta área proibida, mesmo que as vezes a revelia de Jordan.

      Logo os três colegas se veem dentro de coincidências inegáveis e percebem que talvez as coisas não fossem apenas coincidências; para Dan, era tudo parte de algo maior, algo que ele não podia explicar. 
      Em meio a ameaças assustadoras, lapsos de memoria, brigas e morte, os três começam a descobrir mais sobre o passado terrível do antigo manicômio. E segredos que antes só pertenciam ao passado vem a tona, tornando a vida dos três – principalmente a de Dan - em uma rápida história de terror.

“A loucura é algo relativo. Depende muito do lado da grade em que a pessoa está.” 

 
Eu simplesmente sou um pouco fascinado por este tipo de livro. Desde que li O Orfanato de Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, – resenha em breve – aprendi a gostar de livros com esta temática de suspense que intercala capítulos com imagens reais, que acabam contribuindo para deixar a estória ainda mais completa. Eu já havia visto esse livro no final do ano passado e foi a capa que me chamou atenção, porém, não tive a oportunidade de comprar e só acabei conseguindo por a mão nesta estória este mês!
      O ponto principal da estória é o mistério que envolve os três amigos ali no alojamento que um dia foi um sanatório muito controverso. Os três estão ligados com alguma coisa do passado daquele lugar, alguma coisa que quer voltar para atormentar. Não posso dizer que é um livro de dar medo - apesar de isso ser algo bem relativo – mas o enredo as vezes faz você se colocar no lugar do personagem e pensar como ele deveria agir; confesso que se eu estivesse no lugar de Dan, eu teria muito medo sim, rsrs. O que achei bem legal também, é o fato de Dan estar sempre contestando sua própria sanidade mental. Será que estar em um local que um dia fora tão cruel também o estava enlouquecendo?
      A leitura foi bem rápida, tudo em terceira pessoa e sem muitas delongas. Para vocês terem uma noção, não consegui largar o livro um minuto se quer. Nunca havia acontecido de forma tão intensa como desta vez; eu dormi pensando no livro e acordei pensando nele também. Até perdi algumas aulas do dia lendo escondido, hahaha. Cada capitulo possui poucas paginas, o que não torna o livro cansativo.


“Era capaz de jurar que havia trancado a porta. Mas então lhe ocorreu que sua memória vivia lhe pregando peças”

      Eu realmente adorei . Talvez seja porque acabei de sair de um livro em que o publico alvo era diferente; Asylum possui suspense e uma pitadinha de medo que torna tudo mais legal! Madeleine Roux, a escritora, traz diversas frases que me fizeram pensar bastante. São frases muito bem construídas e outras de pensadores famosos que encaixam perfeitamente com o texto.
      O final do livro é bem interessante e faz um imenso sentido. Gostei principalmente por deixar um mistério novo e imenso para ser resolvido. Estes “ganchos” que há no final de alguns livros, me deixam feliz, porque ai eu sei que a estória ainda não acabou! A única coisa que me deixou triste foi saber que o segundo livro ainda não foi lançado em português; estou torcendo para que venha logo para cá. De acordo com a editora V&R, no segundo semestre deste ano ele sairá em português! Bom, espero que eu consiga ler a versão original, em inglês, que vou comprar!

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Conto "Verão de 1982 " #2

18:17 Unknown 2 Comments


     Pessoal está é a segunda parte do Conto que postei segunda-feira passada. Espero que gostem! Ah, e o tema do mês que vem vai ser "Mundo fantástico", um conto onde tudo é possível e a lei da gravidade e dos homens não fazem o minimo sentido!

Continuação... 
      Podíamos ouvir agora alguns gritos vindos de casa.
      - Stephen, a mamãe – Charlie sabia que mamãe apanhava, ele a via chorar sozinha.
      - Fique aqui, Charlie, não saia daqui – eu disse
      Comecei a correr para casa, parecia longínquo demais, meus passos estavam pesados. Os gritos de mamãe agora ficavam mais fortes. Será que ele bateu em sua barriga?. Subi os poucos degraus e pude ver mamãe caída e papai apontava alguma coisa para ela, uma arma.
       - Não papai, não faça isso – gritei
       - Cale a boca, moleque – ele tirou a arma da direção de minha mãe e mirou em mim. 
      Meu coração ficou frio, podia sentir o gosto amargo do medo subindo pela minha garganta para ser expelido. Papai então vira a arma para baixo e atira em Bili, nosso cãozinho. Bili choramingou por várias vezes e depois ficou em silêncio. Pareciam horas, eram apenas minutos, os piores de minha vida.
      Meu pai saiu correndo e entrou no carro, esta seria a ultima vez que eu o veria. Seu olhar até tirar o carro fora o causador de muitas noites mal dormidas. Mamãe estava sentada no canto, tentava aspirar um pouco de ar da sala que parecia repleta dele há minutos.
      De uma distancia que me pareceu imensa, ouço seu soluço e vejo seus olhos fechar, por um instante pensei que não os veria abrir novamente, mas abriram. Seu corpo se contorcia de dor que parecia latejar como um sol venenoso que a adentrava. Mamãe colocava a mão sobre a barriga e chorava.
      Charlie começara a gritar quando viu Bili morto e mamãe caída. Ele entra em pânico e corre para junto de nossa mãe, que esta envolta a uma pequena poça de sangue. Tomara que não seja do bebe, pensei tomara que não.
      Chamei a ambulância e fui junto de minha mãe.
      - Vai ficar tudo bem, mamãe, fique calma – falei aos soluços
      - Meus queridos – passou a mão em nossos rostos – eu amo vocês, muito.
      Parecia agora que sua respiração finalmente começava a se tornar um pouco mais fácil. 
      - Mamãe, e o bebe? - Charlie estava chorando e preocupado. Ela passa a mão por entre as coxas e olha, era sangue.
      - Eu não sei – ela fala – eu não sei.
       Mamãe geme, sacudindo a cabeça, empurrando com os pés seus sapatos apertados. Disse que estava sentindo uma dor violenta e caibras afundando seu ventre.
Então após alguns minutos o silêncio fora irrompido pelo barulho da ambulância. Abro a porta para o pessoal da emergência entrar. Colocaram minha mãe na maca e a levaram para a ambulância. Fomos nós três para o hospital.
      Passou-se um tempo; mamãe perdera a criança e nunca mais voltamos àquela casa e nem papai nos procurou. Afinal, o nosso castelo de areia também havia sido arrastado pela onda. Tudo havia desmoronado de forma impiedosa e truculenta.
 
      Eu ainda estava imerso no passado, preso nas memórias daquele lugar.
      - Ei Stephen, responda-o – era Anna me chamando, me arrancando do passado.
      - Hein, moço, o que o senhor quer? – o homem na porta não era meu pai, e nem se parecia com ele. Era apenas mais uma peca pregada por minha mente.
      - Desculpe senhor, mas sabe algo de George White? – perguntei.
      - Esse cara morreu há alguns anos, comprei a casa em um leilão – disse o senhor com seu sotaque caipira.
      Algo dentro de mim se silenciou, uma parte da minha vida havia acabado. Agora eu sabia que papai não poderia mais machucar mamãe e nem entrar em nosso quarto à noite e nos jogar da cama.
      - Vamos para onde, Stephen? – indagou-me Rose.
      - Apenas andar Anna, apenas andar – disse.
      Apertamos as mãos e o toque de Anna em minha pele acalmou a ferida que havia dentro  de mim - uma ferida boa, mas que não deixa de ser um machucado. Começamos a andar ali mesmo, um na orla e outro na areia. Andamos sem destino e em silêncio, até que o tempo nos obrigue a parar.

Obs: Esse texto é de cunho autoral e copias não são permitidas.

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Resenha: As Crônicas de Nárnia - A Ultima Batalha # 21 Dias

19:52 Unknown 2 Comments


      O começo deste ultimo livro nos é apresentado Manhoso, um macaco velho e desonesto que convence seu amigo Confuso, um burro de cabeça fraca, a fazer a maior das burradas. Manhoso trata Confuso como se ele fosse seu empregado e este, sentindo-se sempre inferior e “burro”, acha que o macaco esta sempre certo. Um dia o macaco pede para que o burro pegue uma coisa amarela que andava pelo rio. Confuso obedece seu “pedido” e os dois acabam descobrindo ser uma pele de leão. Manhoso já pensando em se dar bem, faz Confuso vestir a pele e se passar por Aslam, o grande leão.
      Por incrível que pareça o povo narniano cai nas lábias de manhoso e acredita que Aslam, que há séculos não aparecia em Nárnia, está ali, furioso e cruel como nunca antes visto. Assim, o macaco se junto a um grupo de Calormanos e pretende tomar Nárnia para eles, sob a “escravidão” de muitos animais falantes que se sentem obrigados a servir as vontade de “Aslam”.
      Do outro lado da estória temos o rei Tirian que descobre sobre a “volta” de Aslam e parte para o encontro do grande criador. Porem, no caminho percebe que há calormanos no comando de animais falantes e mais criaturas magicas. O rei Tirian e seu unicórnio Precioso acabam presos por ordens do próprio Manhoso e seus destinos seriam curtos se não fosse pelas crianças mais uma vez. Os filhos de Adão e as Filhas de Eva, terão agora de ajudar na ultima batalha de Nárnia, uma batalha onde a magia é deixada de lado e a crença é a principal arma que se tem. Será que os narnianos deixaram de acreditar no velho e bom Aslam? E o cruel macaco Manhoso, qual será seu destino?
      Pois é, chegamos ao fim do grande livro de Nárnia! Nesta crônica temos um começo sem magicas e cruel; talvez seja um dos mais cruéis “desafios” vivenciado por nossos personagens. Nós vemos, que para tornar um sonho em pesadelo e ludibriar os seres vivos de forma banal, não é preciso de magia. A natureza humana (e animal) tem dois lados: o bom e o terrível. Temos como grande exemplo
ao vermos o próprio macaco Manhoso enganar todos os seres inocentes de Nárnia, que tendo como principal crença Aslam, ao ver que o grande leão “era cruel e impiedoso” desmoronam em tristeza e submissão.

      A Ultima Batalha é um fim honrável para toda a série, sendo talvez a meu ver, seu Magnum opus. Lewis conseguiu transcorrer os capítulos finais de forma incrível, dando sentido a tudo. Eu já imaginei o que aconteceria no final depois de ler sobre alguns acontecimentos, mas não posso falar, seria um tremendo spoiler.

      O fato de o grande reino de Nárnia ter vindo praticamente a ruina por causa de um simples macaco, pode parecer um pouco utópico, mas encaixa perfeitamente. Os narnianos são fieis até o ultimo fio de cabelo a Aslam, e se usado desta crença de forma cruel, abalaria um mundo inteiro. Assim como no nosso mundo, onde a religião já tratou de forma inumana e escravista o povo, acontece em Narnia. Vemos que não foi pelos poderes da Feiticeira Branca que Nárnia caiu; não foi com a malvadeza de Miraz e seu povo que Narnia deixou de existir e também não seria por causa de um macaco velho e impiedoso que Narnia acabaria.
     Narnia apenas passou a existir de forma mais intensa. Uma antiga Nárnia se foi para mostrar a verdadeira Nárnia. Um reflexão neste ponto é exatamente essa: vivemos em qual Nárnia, na antiga Nárnia que pode se acabar ou na mais intensa e vivida Nárnia, da qual fazemos parte? Da Nárnia intensa temos apenas lembranças esquecidas no tempo, que não podemos resgatar. Sabemos que lá é o melhor lugar mas temos medo de ir. A nova Nárnia é, como o próprio C.S.Lewis diz, o “Capitulo Um da Grande História que ninguém na terra jamais leu: a história que continua eternamente e na qual cada capítulo é muito melhor que o anterior."
      Seria muita inocência e ignorância de minha parte não achar Lewis um contador de estórias genial. O admiro por ter envolto toda a historia dos livros em uma esfera bíblica, porém, sem se referir diretamente. Ele sempre cria situações que nós vemos com mais clareza a ação “religiosa” sendo feita. Isso foi criado inicialmente para atingir a todo publico infantil, para que estes aprendam de forma sutil mais sobre a religião. Só que está sutileza destinada as crianças, cai de forma massacrante em cima de nós adultos, que somos mais bem entendidos do mundo do que as crianças - não concordo plenamente com está afirmação - que vivem em sua plena inocência.
      Por fim, A Ultima Batalha, por ser mais intensa e de maiores proporções, acredito que Lewis escreveu pensando em seus leitores já um tanto crescidos. Leitores que estariam no inicio da fase adulta ou na critica adolescência, onde tudo é contestado. Realmente não sei como finalizar essa resenha. Me da um certo pesar pensar que Narnia acabou, a estória acabou. Bom, contrariando o que acabei de dizer, Nárnia não acabou, afinal, não são para isso que são feitos os livros: para eternizar histórias e mundos em nossas estantes? Mundos que podem ser criados e destruídos com um virar de paginas, livros que podem nos fazer chorar e rir, livros que podem nos fazer rever a forma como lidamos com a vida e também, não menos importante, como tratamos nosso único destino traçado, a morte.

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Resenha: As Crônicas de Nárnia - A Cadeira de Prata # 21 Dias

20:58 Unknown 2 Comments




      Desta vez em A Cadeira de Prata, não temos a presença de nenhum dos irmãos Pevensie na estória; porém, temos um rosto conhecido, Eustáquio! Isso, o primo chato que virou um dragão e aprendeu a modos duros a ser uma pessoa melhor. Começa com Eustáquio encontrando uma amiga chorando nas quadras da escola, chamada Jill. Jill estava com medo dos “valentões” do colégio e estava escondida; Eustaquio vendo a situação de sua amiga conta para ela sobre suas aventuras em Nárnia e convida ela para tentar voltar para o mundo magico dos animais falantes.
       Eles começam a correr do grupo que quer bater neles e então, ao passar por uma porta eles se encontram em um precipício, em Nárnia. Com o susto e tentando passar uma imagem de corajosa, Jill acaba derrubando Eustaquio do precipício. Ela fica desesperada e a sede toma conta dela completamente. É uma sede absurda e ela vê um pequeno riacho, porém no riacho tinha um imenso leão bebendo água. Ela fica paralisada de medo e o leão acaba a chamando para chegar mais perto. Ela vai, com medo, de encontro ao leão.
       Jill então conhece Aslam, o grande leão; ele a tranquiliza quanto a Eustaquio e informa para ela que ela e Eustáquio tem uma missão a cumprir: salvar o príncipe Rilian, filho de Caspian X. O mesmo Cáspian da ultima história, só que agora muito velho e triste por causa do sumiço de seu filho

há dez anos. Os dois garotos então partem em uma missão para encontrar o filho do rei. Eles vão acompanhados de Brejeiro, um paulama muito pessimista. (Paulama são uma raça de humanoides que se assemelham a rãs; possuem braços e pernas compridas.)

       Eles partem para o norte e passam por desafios e aventuras tremendas, algumas até capazes de faze-los esquecer do objetivo principal que é salvar o príncipe Rilian. De gigantes desmiolados a gnomos infelizes, eles descobrem partes de Nárnia até então não conhecidas. Será que eles irão conseguir seguir as orientações de Aslam?
       Bom pessoal, sei que desta vez realmente não tem desculpas pelo atraso... Não consegui postar essa resenha ontem e estou aqui hoje, pedindo sinceras desculpas! Prometo, prometo mesmo, que amanha posto a ultima resenha deste livro tão fantástico!
       Esse é o sexto livro de Nárnia que leio, e mais uma vez posso dizer que é excelente. A narrativa foi a mais rápida até agora, não digo de paginas, e sim de acontecimentos. Uma parte muito interessante do livro é sobre os desafios que eles precisam enfrentar para chegar ao destino original; um destes percalços é resistir ao forte frio e vento. Acabam infelizmente cedendo quando uma Dama de Verde aparece e propõe tudo que eles mais queriam (uma cama quentinha, comida e uma bom banho quente); diante de tal tentação acontece uma sucessão de consequências ruins (como veremos no final, não serão tão ruins assim).
       Desta vez Lewis, explora ainda mais afundo(literalmente) Nárnia, cria uma criatura nova, o que torna a estória ainda mais fantástica. Houve momentos em que eu me cansei de ler, porém os momentos bons se sobressaem! Quando eles encontram a cidade de gigantes, que são imensos, me lembrou um pouco os gigantes de João e o pé de feijão!
   

       No desfecho a crianças voltam para seu mundo como sempre, e Aslam fala algumas coisas interessantes sobre a morte. Ao Jill se perguntar se poderiam ficar lá, ao lado de Aslam, o leão responde que ainda não, mas quando voltarem ficarão! Não posso dizer o porque deste contexto por que seria um grande spoiler, e isso acaba com a graça do livro. Mas o que digo é que o “ficar” ao lado de Aslam, significa morrer. Mais uma vez uma ligação com a religião!
       Recomendo o livro para todos que desejam conhecer um pouco mais sobre o maravilhoso mundo de Nárnia.

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Conto "Verão de 1982" #1

18:51 Unknown 8 Comments

   
       Pessoal, hoje eu deveria postar a sexta resenha do livro As Crônicas de Nárnia, porém, não consegui acabar a leitura e como o prazo para acabar todo o livro é até dia 16, hoje e amanhã termino o livro! Enfim, o que venho postar aqui hoje é um conto autoral! Até que enfim hein, não aguentava mais esperar para postar! Como ficou um pouco grande o conto, vou postar em dua partes! Hoje posto a primeira e segunda que vem posto a próxima!
       O esquema vai ser o seguinte: todo mês vou postar pelo menos um conto - se der posto mais - e cada vez com uma "temática" diferente. Este mês o tema vai ser "Memórias do Passado" e eu convido todo mundo que ler a postagem a publicar algum conto, texto, cronica, etc. O tema pode ser este se quiserem também, vou adorar ver as diferentes visões de cada um! Ah, caso postem com o mesmo tema, coloquem o link do meu blog, tá? Assim você me ajuda com o blog também!É isso ai, espero que gostem!

Verão de 1982

       Era um belo e ensolarado dia em meados de abril, com os ramos já deixando suas folhas caírem e dando forma a um belo tapete natural. A sombra do carro se estendia pela pista, perfeitamente, como recortada de um papel cinza. Eu conseguia respirar profundamente o ar de outono, cheirando a terra umedecida devido ao forte temporal da noite passada.
       Pessoas caminhavam e viviam intensamente do lado de fora do carro. Um casal de idosos com roupas de jogging passaram pela janela, a mulher empurrava seu marido em uma cadeira de rodas, pareciam felizes; afinal, não era isso que os votos solenes de casamento diziam, amar na saúde e na doença ate que a morte os separe? Infelizmente, no tempo em que as ruas ainda eram de terra e eu ainda tinha boas lembranças, havia se formado um abismo entre mim e o mundo afora. Era um buraco imenso, capaz de camuflar meus sentimentos com sua escuridão. 
       Joanne dirigia quieta, entre tempos trocávamos um ou dois sorrisos. Passávamos por tortuosas estradas, eram-me semelhantes parcialmente, muita coisa havia mudado. JPegamos uma rotatória à esquerda e depois mudamos para à direita, só ai que lembrei para onde estávamos indo e soltei uma expressão nada educada. 
       Estávamos a caminho de uma casa que eu não via há décadas, talvez nem existisse mais. Pensei em desistir, darmos meia volta e deixar o passado em paz, mas meu inconsciente me obrigava a continuar. 
       A casa onde morei há trinta anos ainda se encontrava lá, intacta e com as luzes acesas, o que me deixou ainda mais apreensivo. Este lugar ainda conseguia encher meu presente de passado. Joanne reduziu a velocidade do carro e parou a uns quinze metros da casa. Ainda possuía a mesma cadeira de balanço na varanda na qual mamãe ficava comigo e com meu irmão; era como se eu pudesse sentir seu adocicado perfume novamente. 
       Eu havia morado ali por um tempo e por mais que eu me esforçasse não me recordava de quase nenhuma lembrança positiva. 
        - Stephen, você quer que eu vá com você? – perguntou Joanne. 
        - Não precisa. – respondi – Apenas me espere na praia, não vou demorar. 
       Desci do carro e meus pés afundavam alguns centímetros na areia fofa. Comecei a ir em direção à casa, era como se cada passo que eu desse voltasse mais ainda para o passado. Um homem velho apareceu na janela, a visão me pegou de surpresa. Nunca imaginei que o veria novamente. Parecia meu pai, eu achava, do mesmo modo como eu lembrava; cabelos penteados para trás e úmidos – agora já brancos – camiseta dentro da calca, uma sandália azul e um boné velho e surrado. 
       A praia e a casa, aquele lugar me passava alguma sensação estranha. A areia tocando minha pele novamente, depois de trinta anos, era reconfortantemente insólito. Mas não era mais um pesadelo que me deixava suado e arquejante, era real, eu sabia. Podia ouvir o som dos pássaros do último dia de verão de 1982. Eram os dois mesmos meninos que brincavam na areia, eu e meu irmão, Charlie. 
       Os castelinhos de areia de Charlie nunca ficavam firmes por muito tempo, a intrépida e sorrateira água vinha e sempre os levava. 
        - Stephen, me ajuda aqui. – ele queria conchinhas, quanto mais melhor. Elas iriam decorar seu castelo. 
        Mamãe e papai estavam dentro de casa, podíamos ouvir o leve ruído de suas vozes, porventura estivessem falando do quão belo era o pôr-do-sol. Na verdade não, isso era o que eu queria que estivessem falando. 
       O pôr-do-sol realmente se punha. Já era algo ordinário de todos os dias, mas mesmo assim cada vez mais eu contemplava com deleite o momento em que o sol desaparecia no horizonte. O céu agora não era mais claro. Tons suaves de cinza começavam a se esgueirar por entre as nuvens. Podíamos sentir o crepitar de pequenas conchinhas sobre nossos pés. Charlie já tinha mais de dez em sua camiseta e eu, apenas uma. Eu estava desalentado, agia de forma mecânica, inconsciente. 
       O cheiro suave e intenso da brisa do mar tornava o tempo mais devagar. Era tudo muito calmo e silencioso, não parecia ser um local habitado. Seria um ótimo local para um filme de romance, ou sereias, quem sabe. Ainda que o outono certamente estivesse logo ali, depois de alguns dias, o verão não iria abandonar sem luta seu domínio arduamente conquistado. 
       Há algo agradável em tardes sem sol. O tempo funesto que às vezes vinha nos liberavam das expectativas, das exigências de um dia sempre igual. Minha mãe apareceu na varanda com uma tigela na mão, sorria e aparentava estar feliz. Ela estava grávida de quatro meses, sua barriga já estava começando a aparecer. 
        - Daqui a pouco vocês entram – disse ela.
        Papai provavelmente estava sentado no sofá ordenando que mamãe lhe levasse cerveja. E se ela não o fizesse, ele lhe daria um tapa e a chamaria de imprestável. Mesmo com minha pouca idade eu sabia que ela só estava casada com meu pai por medo e não por amor, não mais.
      Minha mãe entrou e foi para a cozinha. Pude ouvir papai falando algo grosseiro para ela. Charlie achou que ele nos chamava, mas não era, apenas gritava alguma coisa inaudível. Já estávamos acostumados, toda sexta-feira havia briga. Às vezes eram por coisas tolas, como quando mamãe deixou as mesmas cortinas na parede da sala por mais de um mês. 
       - Olhe isso, ele dizia, essas merdas de cortinas estão sujas não vê? Qual o seu problema, por que é tão porca? 
       Depois das manchas roxas que ela teve que esconder com blusas de manga comprida, nunca mais fizera nada que o desagradasse, pelo menos tentava. Era impecável em tudo (uma só mancha de pano mal passado no assoalho de madeira da casa poderia provocar certamente uma discussão e depois uma pancada). Tinha um temperamento ruim, muito ruim. Não se chorava em casa, nem mamãe, nem nós. Afinal, que tipo de monstro teria coragem de bater em uma criança inocente?

Obs: Lembrando que o texto acima é autoral e não é permitido copias.

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As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada # 21 Dias

22:08 Unknown 9 Comments


      Está é a maior resenha que escrevi sobre os livros de Nárnia até agora. Demorei menos para ler  este livro do que o ultimo, e por isso estou postando na data certa!
      O enredo começa com Lucia e Edmundo tendo que passar férias na casa de Eustaquio Mísero,  primo dos dois. Os dois irmãos se sentem extremamente tristes de ter de conviver com os tios e com  o primo, que é insuportável. Eustaquio adora irritar os dois, inclusive sobre Nárnia. Não, Eustaquio  não conhece Nárnia, mas ouviu uma das conversas dos irmãos Pevensie e tomou como loucura todo  aquela aventura, sempre irritando-os. Em um dia no quarto em que Lúcia está hospedada na casa do  primo, estavam os três, Eustaquio como sempre os incomodando e Edmundo revidando. Lúcia estava  meio atônita encarando um quadro que tinha um barco no meio do mar desenhado; a pintura  chamava muito sua atenção por parecer viva. De repente os três percebem que a pintura realmente  estava viva e as águas antes ali desenhadas invadem o quarto, fazendo as três crianças irem parar no  meio do  oceano de Nárnia.
      Assim os três acabam sendo encontrados por Caspian, Ripchip e vários outros tripulantes de um  navio. Eustaquio fica extremamente perplexo de inicio ao se ver totalmente “perdido” no meio do  oceano e ainda tendo que conviver com Ripchip, um rato falante que está sempre pronto para uma  briga. O navio se chama Peregrino da Alvorada, e Caspian está em uma missão para encontrar sete  lordes, antigos amigos de seu pai, que sumiram por causa da insuportável soberania de Miraz.
      Todos partem então em uma jornada desconhecida, adentrando por terras e ilhas misteriosas,  cercadas de mistério e lendas. A primeira ilha que param, depois de dias de viagem, são atacados e  feito prisioneiros. Por sorte, um dos “homens ricos” da ilha é um dos lordes que Caspian procura e  tudo se resolve. A partir dai cada ilha é uma nova aventura, porem sempre tendo como objetivo  principal encontrar todos os lordes, mesmo estando vivos ou mortos. Este não é o objetivo de todos,  pelo menos não o de Ripchip. Bom, na verdade o rato falante e corajoso quer também honrar os sete  lordes, mas o seu principal intuito é encontrar o país de Aslam.

    
"Onde o céu e o mar se encontram
Onde as águas se adoçam
Não se esqueça Ripchip
Que no leste absoluto esta
     Tudo o que desejas encontrar"

      O final é mais uma vez melancólico. Desta vez nem Lúcia nem Edmundo voltarão à Nárnia;  Lúcia fica tão triste que dá até pena, para ela não ver mais o grande leão seria a pior parte. Aslam  porem, os consola dizendo que os irmãos ainda o verão, mas desta vez em seu mundo. Eles precisam  aprender a reconhece-lo mesmo tendo um outro nome. Ele diz que lá no mundo dos humanos, há  também um caminho para o país de Aslam; as crianças aprenderão o caminho pouco a pouco e que  não é longe nem perto. Fica do lado de lá de um rio, mas nada tem de temer, pois ele, Aslam, é o  grande Construtor da Ponte.
     
       Como já vimos no ultimo livro, Pedro e Lúcia não aparecerão mais em Nárnia, mas temos  Eustaquio para substituir os dois. Tudo bem que ele é bem chatinho, mas depois a gente começa a  perceber que ao passar por situações bem difíceis para um menino da cidade, ele passa a se tornar  uma pessoa mais agradável. 
       Dois grandes pontos que quero deixar em destaque nesse livro são: cair em tentação e acreditar.  Em varias partes da estória os personagens são postos em meio a tentação, tendo como exemplo  quando Eustaquio encontra um imenso tesouro e começa a pega tudo que pode carregar. Porem,  assim como no filme ele é amaldiçoado e se transforma em um dragão. Outra situação é quando  Edmundo e Caspian brigam ao encontrar um lago que transforma tudo em ouro. De imediato  Caspian pensar em transformar ali uma propriedade de Nárnia, se tornando ainda mais rico.  Edmundo e ele brigam mas depois caem em si, e proclama ali como a ilha “Água da Morte”. O outro  ponto, acreditar, é visto em Ripchip que acredita cegamente em encontrar o paraíso, o país de Aslam.
       O grande leão, Aslam, mais uma vez vem com um montante de ensinamentos religiosos para  crianças. Acho muito interessante também a referência que ele faz à inocência para que se possa  perceber a magia. Observa-se que ao passo que as crianças crescem eles não voltam mais para  Nárnia. Isso é exposto primeiro quando Pedro e Susana não poderão mais voltar à Nárnia e agora,  que Lúcia e Edmundo também não poderão mais. 


       Aslam que é uma metáfora para Deus, ensina de forma sutil grandes lições para as crianças que  leem a obra; já para os adultos, assim como disse em O Sobrinho do Mago, cada ensinamento está  totalmente explicito e nos dão uma boa balançada. Claro que independente de ser adulto ou criança,  é preciso em primeiro lugar estar disposto a possibilidade de poder aprender qualquer coisa, mesmo  que de uma forma diferente da qual já conhecemos.
       Recomendo o livro e digo que depois de o Príncipe Caspian, está foi minha leitura predileta. O  filme do livro é bom, tirando algumas partes extremamente desnecessárias que são acrescentadas à  adaptação e mudadas do livro.

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As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian # 21 Dias

20:43 Unknown 4 Comments


      Pessoal, peço mais uma vez desculpas pelo atraso! Pelo jeito estou atrasando mais do que imaginava...Os estudos estão puxados e tive alguns problemas esses dias, que acabaram encurtando muito o tempo que "reservo" para ler diariamente. Acho que até o prazo final vou conseguir postar todas, então quem entrou neste desafio, não desistam! É isso ai pessoal, me desculpem!
      Os irmãos Pevensie estavam sentados em uma estação de trem aguardando para ir para a escola, quando de repente começam a sentir pequenas puxadinhas e por efeito de magia, são levados a Nárnia. De uma plataforma cinzenta e movimentada vão parar em meio a muitas árvores e arbustos. Nárnia agora está diferente, eles não reconhecem onde estão de imediato, mas depois de surpreender ao descobrir que se encontram nas ruinas de Cair Paravel.
      A época agora era outra. Havia se passado centenas de anos nas terras de Nárnia quando no mundo de dos filhos de Adão e filhas de Eva, havia se passado apenas um ano. O tempo é diferente, assim como vimos em O Leão, A Feiticeira e o guarda-roupa, os irmãos passaram anos e anos reinando e quando voltaram pelo guarda-roupa havia se passado pouquíssimos minutos apenas. Os animais falantes agora já quase não existiam mais e as outras criaturas magicas também.
      Príncipe Caspian é sobrinho do rei Miraz, que matou o próprio irmão para ficar com o trono; descende dos Telmarinos, que conquistaram Nárnia violentamente a muitos anos. Conhecemos a história de Caspian a partir de Trumpkin, anão que conta tudo para os irmãos Pevensie. A partir dai se desenrola uma grande aventura pela reconquista de Nárnia, onde Aslam mais uma vez fica do lado dos antigos Nárnianos.


      É a estória que achei mais legal até o momento! Demorei mais do que o esperado para ler, porém foi extremamente delicioso aproveitar cada pedacinho desta estória maravilhosa que é Nárnia. É escrito em terceira pessoas e senti que o enredo deste livro é um tanto mais “completo” que as outras. O tema de reconquista é de Nárnia, onde há poucas criaturas magicas foi muito bem explorado por Lewis.
      Um fato que está bem explicito é a questão da fé. Mesmo estando em Nárnia, apenas Lucia acredita ter visto Aslam e assim como na segunda estória, seus irmãos não dao ouvidos para ela. Mais tarde, depois de serem quase mortos, decidem, a contra gosto, seguir Lucia que diz estar sendo guiada por Aslam. Ao começarem a perceber que estão no caminho certo, começam então a acreditar que Aslam realmente está ali. Assim um por um, passam a enxergar o grande Leão, Aslam. Ou seja, é preciso ter fé, mesmo naquilo que não pode ser visto ou tocado, para que tudo se encaminhe bem..
      Acho que vão cansar de me ouvi escrever isso, mas não tem como eu não falar; a semelhança entre Nárnia e Aslam e a religião é muito grande. Isso é mostrado quando Aslam só aparece para quem tem fé; quando Aslam transforma água em vinho, e muito mais. Por fim, recomendo este mais do que qualquer outro, e peço mais uma vez desculpas pelo atraso!

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As Crônicas de Nárnia - O Cavalo e seu Menino # 21 Dias

22:55 Unknown 1 Comments

   
      Gente, peço sinceras desculpas por não ter conseguido cumprir um dia do meu Desafio. As coisas estavam muito tumultuadas ultimamente e não tive tempo de escrever a resenha, isso porque eu já havia lido o livro! Bom, agora vamos a resenha; prometo que posto a próxima certinho!
       A estória do livro O cavalo e seu menino começa com a pobre vida de Shasta, um menino branco e loiro que se sentia deslocado em Calormânia, onde vivia com um pescador. Quando ele descobre que o pescador que o cria não é seu pai e quer vende-lo para um nobre, ele decide fugir. Alguns momentos antes de sua fuga ele “desabafa” com o cavalo do nobre e o cavalo o responde! Isso, era um cavalo de Nárnia, onde alguns animais falam e pensam; Bri era um cavalo insatisfeito de sua vida de cavalo mudo e também queria fugir. Eles dois então, Bri e Shasta, fogem em direção ao norte, para as terras de Nárnia.
       No caminho eles acabam encontrando Aravis, uma nobre que fugiu de casa, e Huin, uma égua falante também de Nárnia. Eles se encontrar durante uma confusão com um leão que atacou Aravis. E por causa desse leão, as duas crianças e os dois cavalos decidem, com muita briga entre eles, seguir o rumo para as terras do norte juntos! A partir dai, eles entram em varias confusões, como Shasta sendo pego por confusão pelos reis de Nárnia; como Aravis sendo descoberta por uma amiga nobre e ajudada por ela, etc.
       Bom, a partir dai não posso contar mais muita coisa, o que digo é apenas: Aravis, Shasta, Bri e Huin acabam com finais bem surpreendentes e alguns até diferentes do que os destinos iniciais!


       Aslam, o grande leão, o criador, é representado de forma muito interessante. Ele esta presente todo o tempo na vida dos personagens. Desde o momento em que Shasta foi encontrado numa cesta no rio até no momento que o leão conversa com os jovens no final. Aslam, que representa uma grande religiosidade, age de forma correta e justa em todas as situações. Ele mesmo ataca os jovens para que eles fiquem juntos e para ensinar a Aravis as consequências de seus atos; ele cuida de Shasta durante a noite toda no deserto e por fim que ajuda aos garotos a chegarem em seus destinos.
       Posso dizer com certo arrependimento que no começo eu estava um pouco entediado com essa estória. Me pareceu um pouco nada a ver com o tema central, Nárnia, mas depois eu percebi que eu estava totalmente enganado! É uma aventura que me surpreendeu bastante, principalmente com o destino final de cada personagem! O livro é bem pequeno e rápido de ler, o enredo é ótimo e sem falhas. É talvez a crônica mais infantil de todos os livros, a estória passa paralela ao reinado dos irmãos Pevensie em Nárnia; é como se fosse um spin-off de um seriado de tv.
      C.S.Lewis usa de forma magistral o dom de contar histórias infantis, criando um universo totalmente imaginável. A estória aborda temas como o sentido da amizade, a “ajuda” divina, o orgulho e a real importância das aparências. Tudo com muita leveza e aventura.

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